Pombos e maritacas

«No dia 31 de Janeiro de 2014, foram avistadas cinco maritacas na Avenida António Augusto Aguiar. O que faziam ali cinco aves tropicais, soltas em pleno inverno lisboeta? Estes pássaros grandes, coloridos, barulhentos, misturados entre os pombos quietos e cinzentos, passaram despercebidos a praticamente toda a gente que estava à sua volta. Eu reparei. E desde já estabeleço uma nota importante: falo de mim com um certo pudor — não gosto de usar a palavra ‘eu’ logo no primeiro parágrafo —, pelo simples facto de ‘eu’ me parecer um objecto de estudo de fácil acesso para as questões que me interessam aqui. Do que me interessa falar aqui é sobre o que é ser daqui, o que é estar aqui, ou estar em algum outro lugar.»

Publicado na revista Forma de Vida nº 5, janeiro de 2015. Continua em https://formadevida.org/s/fdv5arqasabino.pdf.

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